A Católica Porto Business School (CPBS) foi palco esta segunda-feira, 23 de outubro, de um debate em torno de três perspetivas sobre a forma de olhar para o tema da Inteligência Artificial (IA): a conferência “Inteligência Artificial: Olhares cruzados entre Ética, Direito e Tecnologia” foi organizada pelo Fórum de Ética da CPBS e realizada no âmbito da abertura do Curso Executivo de Chief Ethics & Compliance Officer.
Coube ao diretor da Católica Porto Business School, Rui Soucasaux Sousa, as palavras de abertura da conferência. Para si, é importante, e inerente à própria missão da Escola, “estar na vanguarda do estudo do impacto complexo da Inteligência Artificial na sociedade e nas empresas, o que requer uma abordagem multidisciplinar”.
A coordenadora do Fórum de Ética da Católica Porto Business School, Helena Gonçalves, reforçou “a importância que o próprio fórum tem assumido, de uma forma transversal, na sensibilização da ética nas organizações”. A docente salientou as ligações com a temática da IA e lançou o desafio aos convidados presentes para se fazer um livro com reflexões sobre o futuro da IA.
A conferência ficou marcada pelo painel de debate, moderado por Alberto Castro, diretor não executivo do Centro de Estudos de Gestão e Economia Aplicada, e que teve como convidados Gonçalo Quadros, co-fundador e chairman da Critical Software, Steven S. Gouveia, investigador do Instituto de Filosofia da Universidade do Porto, e Pedro Miguel Freitas, docente e investigador da Escola do Porto da Faculdade de Direito da Universidade Católica Portuguesa.
Gonçalo Quadros, que iniciou o debate, começou por dizer que o ser humano está perante um salto no poder computacional como não se viu em quase um século: “aumenta mais hoje numa hora do que em 90 anos”. Falou sobre a importância da IA em todos os setores, mas alertou para o perigo de softwares que criem sociedades distópicas, terminando ao dizer que, "com os deepfakes, a democracia está em perigo”.
Para Pedro Miguel Freitas, “o regulador tem tentado manter uma posição tecnologicamente neutra”. A própria evolução da posição final do Parlamento Europeu sobre a IA é sinal disso. “Há uma aposta na literacia digital, o que é informação versus desinformação” explicou, aproveitando para sublinhar a importância da definição legal de IA – “nem demasiado abrangente nem demasiado restritiva”.
A terminar, Steven S. Gouveia comparou o deslumbramento com a IA com o deslumbramento com a época dos Descobrimentos, dizendo que “é necessária uma bússola ética que guie a sociedade”. O investigador abordou ainda a autoria da arte feita por robots e a importância da aplicação da IA na identificação de diferentes tipos de cancros de pele, reforçando, contudo, que a IA ainda está longe de substituir “o que é hoje a relação entre paciente e médico”.
A conferência foi realizada em formato híbrido (presencial e online) e contou com um elevado número de inscritos. Entre eles, os novos alunos do Curso Executivo de Chief Ethics & Complicance Officer que arrancou esta semana. Este programa é uma das muitas apostas da Católica Porto Business School na área de Ética e Sustentabilidade.
Esta iniciativa, dinamizada pelo Fórum de Ética, é uma das muitas desenvolvidas por este grupo de trabalho. O Fórum de Ética da Católica Porto Business School é um espaço de encontro que tem como objetivo promover a ética empresarial, através da troca de experiências, da reflexão conjunta e da criação e partilha de conhecimento.