O tema da diferença entre salários auferidos por alguns dos Chief Executive Officers (CEO) das maiores empresas em Portugal, em relação com os dos trabalhadores já tem vindo a ser motivo de notícia pela sua extrema disparidade. Rita Cunha, aluna do mestrado em Auditoria e Fiscalidade da Católica Porto Business School, considerou para a sua tese de mestrado intitulada “Remuneração dos Executivos no PSI-Geral” uma abordagem diferente ao tema.
Sob a orientação da Professora Maria José Fonseca, e do Professor Ricardo Ribeiro, no seu estudo, a aluna centra-se em duas questões principais: a primeira, se a remuneração dos executivos das empresas cotadas no PSI Geral está alinhada com o desempenho financeiro da empresa, avaliando até que ponto os pacotes de remuneração estão desenhados para alinhar os interesses dos executivos com os dos acionistas; e a segunda, se a remuneração aumenta proporcionalmente com a dimensão da empresa, explorando se empresas de maior escala e complexidade atraem executivos mais qualificados, exigindo salários superiores.
Os resultados da investigação apontam para respostas negativas em ambas as questões. Relativamente à primeira, os dados sugerem um desalinhamento entre os pacotes salariais dos executivos e o desempenho financeiro das empresas, levantando a necessidade de revisão das estruturas de remuneração para garantir um melhor alinhamento com os objetivos dos acionistas. No que toca à segunda questão, os dados mostram que a remuneração dos executivos não aumenta com a dimensão da empresa, o que sugere que as maiores empresas podem não estar a atrair os executivos mais qualificados.
O PSI Geral (Portuguese Stock Index) é o índice de cotações de ações que engloba a totalidade das empresas cotadas na bolsa de valores de Lisboa. A tese engloba uma amostra de 143 executivos de 28 empresas listadas entre 2018 e 2022.